Posted by : Iury Figueiredo sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Por volta de um ano atrás as pessoas acomeçaram a comentar sobre o novo livro de J.K. Rowling, a milionária que encantou o mndo (e a mim, é claro) com Harry Potter. Lembro-me que havia uma certa apreensão sobre esse novo livro, afinal era o primeiro dela fora do universo da magia, e o primeiro direcionado para o público adulto. Ou seja, Morte Súbita (The Casual Vacancy no original), que apareceu até o ENEM, seria um teste do talento da escritora: quem brilhava de verdade, J.K. Rowling ou o personagem Harry Potter? Seria o Harry apenas uma jogada de sorte?
Parabéns, Rowling, Morte Súbita deixa bem claro quem é a estrela aqui. A autora conduz uma história complexa e lotada de personagens por um livro que, em sua tradução para o português, possui 501 páginas, de forma divertida e nada cansativa.
A história fala de um vilarejo fictício, Pagford, e seus curiosos habitantes, que de início parecem pessoas normais, mas a morte de um dos personagens, Barry Fairbrother, logo no primeiro capítulo, desencadeia uma sucessão de acontecimentos e os mais profundos e obscuros segredos dessa sociedade aparecem vagarosamente, mas de forma assustadora.
Os personagens são incríveis. O mais jovem é Robbie, de 3 anos de idade, e vai até a Avó Cath que eu nem sei o quanto velha ela é. Mas é velha, muito velha. Imaginei uma versão feminina de Dumbledore quando li. De todos os personagens, os que eu mais gostei foram os mais jovens, Gaia Badwen, Bola Wall, Arf Price, Krystal Weedon e Sukhvinder Jawanda, todos de 16 anos, todos com problemas que escondem de todo mundo, todos abordando um assunto polêmico.
Aliás, que J.K. tem um grande amor por assuntos polêmicos, eu já havia percebido no tempo de Harry Potter, quando mesmo sendo livros infantis ela fala sobre morte e preconceito. Imagine então o que ela fez em Morte Súbita quando teve todo o direito de falar de qualquer assunto sem se importar com qualquer censura.
O livro fala sobre bullyng (de uma forma no mínimo surpreendente), fala sobre traição, sexo, drogas, bebida, roubo, corrupção, mas de uma forma mais forte, sobre preconceito e caridade.
Dando um pequeno spoiler sobre o livro, e se você não gosta, por favor pule o parágrafo, Morte Súbita fala sobre Pagford (a imagem ao lado, que não é de Hogwarts e sim o pequeno vilarejo da história) e um pequeno bairro miserável, Fields, ao qual os moradores do vilarejo, ricos e esnobes, desejam se livrar, tirar aquele mal de perto das suas crianças, sem nem mesmo se importar com as pobres famílias que vivem ali, sem estudo ou condições de mudar de vida.
Em resumo, e para encerrar essa conversa que já está muito longa, Morte Súbita é um otimo livro, que reafirma o talento de Rowling e mais do que isso, joga na nossa cara todos os defeitos da sociedade atual. A única parte que eu realmente não gostei foi o final, onde para mim ficou muito vago, sem um fim definitivo daqueles que você entende que acabou ali e nunca mais vai ver aqueles personagens de novo. Ou talvez seja só eu que acho que não custava nada ela ter escrito mais umas 200 ou 400 páginas sobre aquele incrível vilarejo.

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  1. Olá, você gostaria de participar de uma discussão sobre o livro Morte Súbita da J.K. Rowling na sede da Saraiva Conteúdo em São Paulo para um vídeo para o site? Quem quiser participar é só deixar recado ou me contactar por aqui ou pelo email laissadbm@gmail.com. Beijos

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