Posted by : Iury Figueiredo sábado, março 02, 2013

Trago hoje mais um post com uma promessa: ainda voltarei aqui para falar sobre o livro que inspirou essa obra. Mas por hora, falemos de Capitu, a minissérie produzida pela Rede Globo, e que por sinal uma das melhores coisas que essa emissora já fez.
Capitu é simplesmente genial. E de simples há tudo nessa minissérie. Simples e complexa ao mesmo tempo. Machado de Assis nunca foi muito amado pela minha geração, mas eu digo: larguem esse Crepúsculo, esse Harry Potter (que eu mesmo adoro) e vão conhecer, sem preconceitos, como é genial a cultura do nosso país.

Capitu é a mais linda história de amor que eu já vi. E a minissérie deixa tudo muito mais bonito. Pros que não entendem, talvez seja porque o que é simples de mais às vezes dificulta o entendimento, a minissérie tem esses cenários curiosos, que são feitos dentro de um teatro velho e com coisas velhas, porque são lembranças de Bentinho, lembranças que ele tem enquanto caminha pela casa, e vê tudo ali acontecer novamente. Aproveitando essas coisas o autor alterna o tempo da história entre o original, final do século XIX e as tecnologias da atualidade, como um celular que ele chega a atender no capítulo final da série.
Ah,e tem as atuações também. Bentinho, o mais velho principalmente, é fantástico. O jeito de falar, a forma bela identica a como Machado de Assis escrevia, mas em um tom mais simples, mais fácil de entender. As caras e bocas dele, os gritos, tudo muito bem feito.
E Capitu! Linda, as duas, adulta e criança. Os olhos não podiam pedir uma atriz diferente. Diz o diretor da minissérie que no memento em que viu Letícia Persiles (a Capitu criança), que era vocalista de uma banda, percebeu ali que essa deveria ser a Capitulina Pádua.
Os outros personagens também não perdem em nada. Como são muitos e os atores merecem quilômetros de elogios, vou me resumir dizendo que essa é a prova de que o cinema e a TV no Brasil não perdem em nada pros EUA, temos atores fantásticos aqui, porém mal aproveitados.
Agora trilha sonora! A escolha das músicas simplesmente não podiam ser melhores. Todas lindas, mas dou destaque aqui para Elephunt Gun de Beirut, a música tema de Capitu que sempre vem acompanhada de danças lindas, ou meras cenas de amor da forma mais pura e sem sentido o possível.
Por fim quero encerrar minha chuva de elogios à minissérie com um elgio ao grande Machado de Assis, pois sem ele nada disso seria possível. Há nessa história o insolucionável mistério da traição de Capitu, que ao invés de se tornar motivo de ódio por nunca ter sido descoberto se havia traição ou não, tornou-se uma lenda, uma dúvida que foi embora junto com a vida do maior escritor que já pisou nas terras brasileiras.

Recomendo a todos assistirem essa minissérie, vocês podem encontrá-la no Youtube completa. Caso não entendam no começo, ou achem estranhas as falas, o cenário e as infinitas cenas sem noção, tenham calma, libertem suas mentes e apreciem Capitu. Essa produção é uma prova de que não é preciso milhões de dólares para fazer uma grande minissérie, basta uma boa história e uma dose cheia de arte.

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