Hiperfone

Já falamos sobre muitos filmes e livros aqui, mas dessa vez eu gostaria de falar sobre Elementary, a série americana inspirada em Sherlock Holmes.
Holmes é decididamente um dos mais famosos detetives da ficção. E desde o filme Sherlock Holmes estrelado por Robert Downey Jr., esse personagem voltou ao mundo pop. Terei outra ocasião para discutir esse filme. Por hora vamos lembrar que esse sucesso gerou uma série fantástica chamada Sherlock, produzida em Londres. A série foi um sucesso e traz um Sherlock Holmes inesquecível. Foi então que os americanos decidiram fazer o seu Sherlock Holmes, mas agora em Nova York.
Proposta boa, essa, é verdade. Mas o Holmes que vocês encontrarão nessa série é completamente diferente do que existe nos livros. E eu entendo que foi feita uma adaptação, mas em Sherlock, a série inglesa, a adaptação condiz com o personagem. Sherlock original não é musuculoso e cheio de tatuagens. Não é um garotinho mimadinho como mostra essa série.
Mas há um problema ainda mais gritante. A série não anima você, não o empolga em seus mistérios. Afinal, estamos falando de Sherlock Holmes, aquele que faz você ficar preso enquanto o assiste ou o lê. Um gênio que sempre sabe o que está fazendo e sempre acerta com a sua Ciência da Dedução. Mas em Elementary eu senti falta disso, dessa emoção, desse desejo que faz você ficar grudado no PC esperando o próximo episódio. Sherlock é inteligente, mas não é cativante. Os personagens não conquistam você.
Devo dizer que a série tem melhorado recentemente. Os episódios estão mais interligados e já foi até citado o nome de Moriarty. Talvez por já estarmos quase no 20º episódio (ou estávamos quando eu escrevi esse texto) os produtores decidiram finalmente revelar mais sobre os personagens e fazer a trama mais envolvente. No que se refere aos últimos episódios não tenho do que reclamar, só elogiar.
 Quanto ao visual os americanos fazem o trabalho deles, é claro. Efeitos especiais interessantes fazem com que a gente entenda melhor o mistério. E eu adoro a abertura da série, por mais ridículo que isso pareça.
Por fim gostaria de tocar em dois pontos interessantes: Watson e Drogas. Sherlock Holmes, no livro mesmo, usa drogas sim. E eu gostei desse jeito de tratar esse ponto da história: em Elementary o detetive está em reabilitação por ter sido um ex-usuário.
Quanto a Watson, tudo bem ela ser uma mulher. Mas eu tenho medo quanto a isso em um ponto: talvez a série queira criar um romance entre eles. Por favor, se algum produtor estiver lendo isso (o que só é possível no País das Maravilhas, é claro) não criem um romance entre Sherlock e Watson. Holmes é um sociopata. Eles não se apaixonam. Eles são perigosos. Sherlock é um perigo para Watson e até para ele mesmo. Seria infinitamente decepcionante ver o maior detetive de todos os tempos resolvendo casos com a sua namorada ao seu lado.